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Perdas por imparidade em créditos (artigo 28.º- A e B do CIRC)

Podem ser deduzidas para efeitos fiscais as perdas por imparidade, com créditos resultantes da atividade normal, incluindo os juros pelo atraso no cumprimento de obrigação, que, no fim do período de tributação, possam ser considerados de cobrança duvidosa e sejam evidenciados como tal na contabilidade, quando contabilizadas no mesmo período de tributação ou em períodos de tributação anteriores.


Para efeitos da determinação das perdas por imparidade com créditos, consideram-se créditos de cobrança duvidosa aqueles em que o risco de incobrabilidade esteja devidamente justificado, o que se verifica nos seguintes casos:


a) O devedor tenha pendente processo de execução, processo de insolvência, processo especial de revitalização ou procedimento de recuperação de empresas por via extrajudicial ao abrigo do Sistema de Recuperação de Empresas por Via Extrajudicial (SIREVE), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 178/2012, de 3 de agosto;

b) Os créditos tenham sido reclamados judicialmente ou em tribunal arbitral;

c) Os créditos estejam em mora há mais de seis meses desde a data do respetivo vencimento e existam provas objetivas de imparidade e de terem sido efetuadas diligências para o seu recebimento.

 

O montante anual acumulado da perda por imparidade de créditos em mora, para ser aceite fiscalmente, não pode ser superior às seguintes percentagens:


a) 25 % para créditos em mora há mais de 6 meses e até 12 meses;


b) 50 % para créditos em mora há mais de 12 meses e até 18 meses;


c) 75 % para créditos em mora há mais de 18 meses e até 24 meses;


d) 100 % para créditos em mora há mais de 24 meses.

Estas percentagens aplicam-se, igualmente, aos juros pelo atraso no cumprimento das obrigações, em função da mora dos créditos a que correspondam. 

 

Não são considerados de cobrança duvidosa:


a) Os créditos sobre o Estado, regiões autónomas e autarquias locais ou aqueles em que estas entidades tenham prestado aval;


b) Os créditos cobertos por seguro, com exceção da importância correspondente à percentagem de descoberto obrigatório, ou por qualquer espécie de garantia real;


c) Os créditos sobre pessoas singulares ou coletivas que detenham, direta ou indiretamente, nos termos do n.º 6 do artigo 69.º do CIRC, mais de 10 % do capital da empresa ou sobre membros dos seus órgãos sociais, salvo nos casos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1;


d) Os créditos sobre empresas participadas, direta ou indiretamente, nos termos do n.º 6 do artigo 69.º do CIRC, em mais de 10 % do capital, salvo nos casos previstos nas alíneas a) e b) descrias acima.

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